
Seu extenso litoral e a presença de
bacias “offshore” com grande quantidade
de petróleo, como a bacia de Campos e, mais recentemente, a descoberta da
reserva da camada pré-sal, localizada a até 7 mil metros de profundidade (bem
mais profundo do que o que se explora hoje) que deixará o país entre os
maiores produtores e exportadores de petróleo, colocam o Brasil na vanguarda da exploração do produto no oceano, realizando perfurações e extração em profundidade recorde.
maiores produtores e exportadores de petróleo, colocam o Brasil na vanguarda da exploração do produto no oceano, realizando perfurações e extração em profundidade recorde.
O grande problema são os riscos de
acidentes nesse tipo de exploração e as conseqüências do derramamento de óleo
nos oceanos, em decorrência deles. Vários acidentes já ocorreram em plataformas
de petróleo, como o do Golfo do México, na costa dos Estados Unidos, em abril
de 2010, que resultou no lançamento de quase 5 milhões de barris de petróleo
durante os quase três meses de vazamento, ocorrido após a explosão da
plataforma localizada a cerca de 80 quilômetros do estado de Louisiana.
Apesar de uma recuperação “mais rápida
do que o esperado” do meio ambiente marinho da região, segundo estudos científicos
realizados, até agora não são conhecidos totalmente os impactos causados,
segundo esses mesmos estudos. Isso parece um contra-senso, pois, se não são
conhecidos os impactos, como avaliar o grau de recuperação? De qualquer forma
foram essas as conclusões dos estudos após um ano da tragédia.
O fato é que milhares de animais, aves,
crustáceos, peixes, corais e outras espécies da fauna marinha morreram nos
meses seguintes à tragédia. O petróleo mata os microorganismos vegetais e
animais dos quais os peixes se alimentam e estes se contaminam ao se
alimentarem dos resíduos e morrem. Outros peixes morrem intoxicados diretamente
pela mancha de óleo, cujas substâncias tóxicas também se acumulam nos tecidos
dos mamíferos e tartarugas. Também as aves aquáticas têm suas penas impregnadas
de óleo, afundam e morrem afogadas e, pra completar, os mangues também são
atingidos, tendo sua flora e fauna prejudicadas.
Como se vê, os prejuízos ambientais são
gigantescos, muitas vezes imensuráveis, prejudicando todas as formas de vida
marinhas e as que se relacionam com ela. O Brasil já teve acidentes graves como
o vazamento de um oleoduto no Rio de Janeiro em 2000, onde cerca de um milhão e
meio de barris foram derramados no mar e, mais recentemente, o vazamento na
bacia de Campos, também no Rio de Janeiro, em novembro de 2011, numa plataforma
da empresa petrolífera Chevron, que, apesar de ter durado poucos dias e
despejado “apenas” cerca de 2.400 barrís de petróleo no mar, serve de alerta
para os riscos de novos acidentes.
O que se espera das autoridades é que
seja rigorosa a fiscalização dessa atividade em nosso litoral, especialmente
por não termos parâmetros em relação à exploração na camada pré-sal, nunca
realizada antes. Será que seremos capazes de evitar e/ou combater com eficiência
e rapidez um eventual acidente a essa profundidade? Difícil responder, mas se
nos basearmos pelos eventos recentes no Brasil e Estados Unidos, temos motivos
para temer. Daí a necessidade de serem realizados sérios estudos de impacto
ambiental nos processos de licenciamento da atividade, além de altos
investimentos em tecnologia de prevenção e combate a acidentes.
* Esta matéria foi publicada, pelo mesmo autor, em www.proparnaiba.com/meioambiente
* Esta matéria foi publicada, pelo mesmo autor, em www.proparnaiba.com/meioambiente
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